A Davos, escritório de agente autônomo com parceria com a XP Inc., alcançou R$ 2,5 bilhões de reais sob gestão e comemora fase de expansão neste ano com a inauguração de operações no Rio de Janeiro e em Curitiba. O objetivo agora é crescer mais rápido impulsionado pelos resultados das novas áreas de atuação – sem entrar na onda das aquisições do setor.
A empresa foi criada em 2018, em São Paulo, por três grandes executivos advindos do Citibank ( Thiago Nunes, Kátia Alecrim e Mauro Morelli) com o intuito de assessorar os investimentos de clientes com mais de R$ 3 milhões. Ao longo do tempo, abriram em Belo Horizonte, Campinas e Porto Alegre. E, hoje, já são 36 sócios no total – dos quais 22 tiveram passagem pelo Citi.
“ É engraçado isso, mas não tem como negar que o Citi foi a nossa escola. Eu trabalhei 30 anos lá e conheci muita gente que está aqui lá. Alguns vieram logo que criamos a Davos e outros depois, mas a gente se conhecia e admirava o trabalho um do outro”, afirma Kátia Alecrim, sócia da Davos.
A história da criação da empresa é um simbólico exemplo do movimento que ocorreu nos últimos anos no Brasil da saída de grandes executivos de bancos para o modelo de escritórios de agentes autônomos (AAI).
“Vimos começar no Brasil o movimento que ocorreu nos EUA de o dinheiro do cliente sair dos bancos para as corretoras e não queríamos ficar de fora”, conta Kátia.
Desde o ano passado, a Davos ampliou seu leque de atuação criando um segmento empresas para atender a demanda de clientes que são empresários. Montaram um time de 12 pessoas com experiencia para atendimento para pessoas jurídicas, cujo alvo principal são as que faturam de R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão. Nesse braço, há uma área de investimentos (com exclusividade com a XP), e áreas de crédito, câmbio, derivativos, mercado de capitais e de seguro garantia (com diversos parceiros).
“Vimos que as empresas tinham várias necessidades e ficavam frustradas que tinham que fazer operações em vários lugares diferentes. Agora, reunimos tudo aqui. Juntamos o “private banking” e o “corporate”, e fazemos esse cross-selling. Atendendo o cliente como um todo”, afirma Sérgio Martins, sóio-gerente na Davos empresas, que está em Porto Alegre e Curitiba.
A Davos afirma que se posiciona como assessoria de investimentos, patrimonial e empresarial, atendendo pessoas e empresas. Os resultados são animadores e para eles, são o bastante para crescer.
“ Nosso objetivo é crescer organicamente. Estamos vendo esse movimento de mercado de aquisição, mas queremos crescer organicamente em sócios e trazer novos clientes tanto pessoa física e jurídica”, afirma Kátia.
Outro movimento que a Davos diz não querer participar é a troca de casas. Em meio a disputa pelos AAI no Brasil, encabeçando pelo BTG, que recentemente levou casas como a Acqua-Vero, EQI investimentos e Wise, o AAI dos ex-citibanks diz que tem o que precisa.
“A XP nos permite ter uma grande quantidade de produtos para a gente construir o portfólio para o cliente. E por isso temos uma parceria aqui de longo prazo, e estamos satisfeitos com os produtos que temos”, afirma Mauro Morelli, estrategista da Davos.
No entanto, na hora de ajudar a traçar cenários e construir portfólios, a Davos conta com a ajuda de outros parceiros e da experiência da sua equipe. Principalmente para assessorar na alocação de investimentos internacionais, que a casa considera como sendo um diferencial seu.
“Tem fundos que estão na XP que a gente não gosta. E nós fazemos o Due Diligence aqui do que levar para o cliente e depois vemos o que faz sentido no portfólio de cada um. Mas o importante é que temos acesso para escolher isso, principalmente a várias opções internacionais e offshore. O que é muito importante para os nossos clientes e vemos que será cada vez mais”, afirma Mauro.