Dois setores continuam fortes no ‘novo IBOV’ - Davos

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Dois setores continuam fortes no ‘novo IBOV’

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08 de September de 2020

Índice passa a ter 77 ações de 74 empresas com rebalanceamento de pesos

MATEUS APUD
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  • Nova carteira teórica do Ibovespa entra em vigor nesta terça-feira, dia 8 de setembro, com mudanças nos pesos dos papéis
  • Índice foi diluído e isso é uma boa notícia para o mercado como um todo
  • Rentabilidade do IBOV, no entanto, não deve mudar, pois cinco ativos ainda representam quase ⅓ da sua composição

A partir desta terça-feira (8) começa a valer a nova composição da carteira teórica do Ibovespa, que será mantida até 30 de dezembro. Com a entrada de Eztec (EZTC3) e PetroRio (PRIO3), o índice passa a ter 77 ações de 74 empresas. No novo cenário, o peso dos papéis também mudou: 33 deles ganharam mais relevância no IBOV e 44 perderam participação.

Apesar do rebalanceamento, as cinco ações mais importantes do setor financeiro e de commodities continuam sendo as mesmas. Somando quase ⅓ do índice (31,520%), Vale (VALE3) (10,154%), Itaú (ITUB4) (6,170%), Petrobras (PETR4) (5,559%), B3 (B3SA3) (5,446%) e Bradesco (BBDC4) (4,806%) ditam a performance do Ibovespa.

Na carteira passada, as ações eram ainda mais fortes no Ibovespa, representando 34,196% do total. Até então, a composição era a seguinte: Vale (VALE3) (10,538%), Itaú (ITUB4) (7,414%), Petrobras (PETR4) (5,610%), B3 (B3SA3) (5,405%) e Bradesco (BBDC4) (5,611%).

Entre todos os 77 papéis, Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) foram os dois que mais perderam participação, com -1,244% e -0,806%, respectivamente. Na outra ponta, Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3) foram as que mais ganharam, com incremento de 1,077% e 1,031%. (Confira a nova carteira no final da reportagem)

Índice foi diluído e isso é uma boa notícia

Apesar de o Top 5 das ações com mais participação ainda ter grande representatividade, a concentração do Ibovespa está diminuindo. Prova disso é que a soma das cinco passou de 34,196% para 31,520%.

“É uma boa notícia ter mais ações e os pesos mais descentralizados, pois mostra que os papéis estão mais líquidos e isso é bom para o mercado como um todo”, diz Mauro Morelli, estrategista chefe da Davos Financial Partnership.

“A nova distribuição é saudável e vamos ter uma carteira mais diversificada”, concorda Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, salientando que as mudanças são positivas para todos.

A movimentação deixa o índice diversificado, com mais empresas ganhando força. “O Ibovespa tenta replicar o mercado. Então, quando uma ação começa a ganhar importância, seu peso dentro índice aumenta”, afirma Morelli.

Além disso, a reorganização exibe ao investidor de maneira mais clara que há uma maior quantidade de boas empresas e, consequentemente, oportunidades. “Uma carteira menos concentrada e mais diversificada é sempre mais saudável”, comenta Bertotti.

Qual é o impacto nos papéis?

O peso de um papel é definido pelo seu free float, que é o volume de ações que está em livre circulação – ou seja, excluindo-se aquelas pertencentes aos controladores. “É uma regra matemática da B3 que determina essa ponderação e não o desempenho das ações”, afirma Morelli, da Davos.

Um incremento de peso no Ibovespa, portanto, não significa que o papel passou a ser mais promissor, mas apenas que está sendo mais negociado. “A nova composição deixa o Ibovespa “correto”, pois dá mais espaço para as ações que aumentaram seu volume de negociação para representar melhor o mercado”, diz Bertotti, da Messem.

O que muda na variação do IBOV?

Mesmo com o reorganização dos pesos, o desempenho do índice não deve ser alterado drasticamente e a perspectiva do Ibovespa continua a mesma. Isso ocorre, porque por mais que o IBOV tenha sido diluído, o índice ainda é concentrado no setor financeiro e de commodities.

Dessa forma, o desempenho ainda é muito atrelado a performance dessas empresas e o Ibovespa deve continuar sendo guiado por essas companhias. Basta analisar o desempenho das cinco ações que representam quase ⅓ do Ibovespa.

Até o fechamento do mercado desta sexta-feira (4), Vale (VALE3) e B3 (B3SA3) tinham valorização agregada de 13,49% e 39,28%, respectivamente em 2020. Já Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), desvalorização de 24,06%, 30,36% e 32,63%.

A performance média dessas ações é de queda de 6,86% em 2020. No mesmo período, o desempenho do Ibovespa é negativo em 12,45%, apesar de já ter 24 ações com variação positiva no ano, sendo que os cinco papéis mais valorizados tem alta superior a 60% no período. “Os dois segmentos ainda ditam o ritmo”, afirma Bertotti.

A tendência, no entanto, é que o índice continue se diluindo dos setores conforme mais companhias se desenvolverem e forem mais negociadas e seu comportamento fique menos dependente dessas companhias. “Se pegar a foto, ele ainda é concentrado. Porém, pegando o filme, ele já está bem mais diluído e deve continuar esse processo”, diz Morelli.

Para os especialistas, ainda é difícil cravar quais serão os setores que devem conquistar mais espaço no índice, pois tudo depende como a economia irá se desenvolver e se as empresas que se destacam neste cenário são listadas na B3.

“Temos forte candidatos, como os segmentos de e-commerce e infraestrutura, mas ainda é cedo para ter certeza”, afirma o estrategista chefe da Davos.

Clique aqui para ler a reportagem completa.

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