As eleições presidenciais de 2022 vão ser decididas em segundo turno. A corrida eleitoral surpreendeu ao não gerar alta volatilidade na bolsa, que reagiu mais fortemente à inflação e à alta nos juros. Mas como o mercado vai reagir à disputa definitiva pela presidência?
Em entrevista ao portal E-Investidor, Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos, ressalta a surpresa do resultado em relação à expectativa gerada pelas pesquisas, e avalia que o mercado vê com cautela o quadro fiscal e a possibilidade de flexibilização do teto de gastos.
“Chegamos ao fim da apuração de votos e, para surpresa de todos, teremos segundo turno. Surpresa pelo fato dos institutos de pesquisas apontarem a vitória do ex-presidente Lula já no primeiro turno. Até a próxima votação, o mercado deve seguir em compasso de espera e expectativa.
O fato é que tanto um quanto o outro terão um desafio muito grande pela frente. O mercado ainda vê com cautela o quadro fiscal, uma vez que existe a intenção de flexibilizar as regras fiscais no país e substituir o teto de gastos por um arcabouço fiscal mais permissivo tanto do presidente Bolsonaro, quanto do ex-presidente Lula.
Em resumo, em termos econômicos, as eleições deste ano não são tão binárias quanto foram em outras oportunidades, visto que os dois candidatos teriam que enfrentar desafios fiscais e políticos similares.”
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